No segundo dia de evento, 23, o VI Encontro Nacional de Autodefensores realizada pela Apae Brasil, em Brasilía (DF) começou os debates com o tema “Inclua nossa voz”, com o objetivo de discutir o que a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) garante às pessoas com deficiência e o que ainda precisa-se avançar na prática.
De acordo com Ana Paula Feminela, secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ainda se tem muito a fazer para que a LBI saia do papel e torne-se realidade no cotidiano das pessoas com deficiência.
“A inclusão é um processo. A gente já avançou conquistando a Lei, agora, a gente está avançando com o Plano Nacional Viver sem Limite para que os municípios consigam levar a Lei para a realidade das pessoas com deficiência e suas famílias”, destacou a secretária, uma das convidadas do encontro.
Também foi destaco que é importante ensinar o que a Lei garante como direito e que é preciso usar cada vez mais a linguagem simples em todos os espaços da sociedade para que facilite o acesso e o entendimento das pessoas com deficiência.
Na foto a esquerda inferior está Ana Paula Feminela, secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, falando ao microfone.
O autodefensor Márcio Lousada afirma que não basta que as leis existam no papel. É necessário que a sociedade, as instituições e os gestores públicos escutem as pessoas com deficiência. “Somos nós que vivenciamos diariamente as barreiras e sabemos o que precisa mudar. Cada pessoa com deficiência tem uma experiência única, e é por meio da escuta atenta e do diálogo que se constrói uma inclusão verdadeira.”
Márcio ressalta, ainda, que a inclusão começa quando há respeito pela diversidade, quando cada voz é reconhecida e valorizada — seja de pessoas com deficiência física, intelectual, visual, auditiva ou dentro dos variados espectros. “Ouvir é o primeiro passo para transformar realidades e garantir que a inclusão deixe de ser apenas um discurso e se torne uma prática cotidiana e efetiva.”
Ao centro da foto o autodefensor da Feapaes-PA, Márcio Lousada.
Na segunda parte do encontro, a Coordenação Nacional de Autodefensoria apresentou o regimento interno do movimento apaeano que foi elaborado com base nas diretrizes da LBI. O documento é resultado de uma construção coletivamente com os autodefensores da Rede Apae para orientar ações que possam dar mais autonomia e protagonismo às pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
O evento encerrou nesta sexta-feira, 24, com o último módulo “Vencendo o capacitismo. Mais a plenária com a apresentação do Regimento Interno do Movimento Apaeano de Autodefensoria da Rede Apae Brasil.
O Encontro proporcionou aos autodefensores uma troca de experiência muito rica com importantes nomes da luta pelos direitos da pessoa com deficiência, como Ivan Baron, Clarinha Mar, Mariana Guedes, entre outros profissionais e ativistas que, por meio de sua trajetória, atuam diariamente pela garantia de direitos e pela construção de uma sociedade mais justa e acessível.