Oficina Ortopédica da Apae Santarém é referência nas regiões do Baixo Amazonas e Tapajós

Levantar-se da cama, andar em casa e deslocar-se na rua são tarefas muito corriqueiras. E parecem tão simples que a maioria das pessoas não reflete em como seria fazer tudo isso tendo uma deficiência física ou múltipla. Mas um grupo de profissionais na Apae Santarém não apenas pensa em tudo isso, como também trabalha buscando soluções para que pessoas com deficiência e/ou com mobilidade reduzida possam adquirir ou ter de volta sua autonomia física e autoestima, e tudo isso de forma gratuita.

A Oficina Ortopédica da Apae foi inaugurada em 2000 e, desde 2017, atende pacientes encaminhados pelo SUS. Inicialmente, sua abrangência era apenas na cidade de Santarém. Mas desde 2019 atende pacientes das regiões do Tapajós e Baixo Amazonas. “Fomos habilitados juntos ao Ministério da Saúde como Oficina Ortopédica Fixa, na modalidade física e Intelectual – CER II. Com essa habilitação, há cinco anos estamos atuando em Santarém e 21 municípios da região do Baixo Amazonas e Tapajós, ofertando a dispensação de órteses, próteses e materiais auxiliares – OPM, como cadeiras de rodas especiais, motorizadas, para locomoção e banho, bengala, andadores e sapatos ortopédicos”, afirma Leila Cinthia Xavier, Coordenadora Geral de Assistência Social da Apae Santarém.

De acordo com a coordenadora, somente em 2023 foram ofertados 815 dispositivos de tecnologia assistiva, como órteses, próteses e cadeira de rodas. A demanda é grande, e a coordenadora explica que já está prevista uma ampliação do espaço físico da Oficina. “Foi realizado um bazar com produtos da Receita Federal, que gerou recurso financeiro para a reforma e ampliação da Oficina Ortopédica Fixa, com objetivo de dar uma melhor estrutura aos pacientes e condições de expansão dos serviços”, afirmou Cinthia.

Atendimento completo

O atendimento realizado na Apae não engloba apenas a produção e entrega dos dispositivos, mas também diversos processos antes e depois da etapa na Oficina. “Nós realizamos o acompanhamento desde a entrada desse paciente oriundo da rede básica de atendimento. Fazemos avaliação, tiramos medidas, damos orientações e disponibilizamos habilitação e reabilitação dentro do CER II, pois o paciente amputado necessita de fisioterapia pré-protetização e pós-protetização”, explica Cinthia.

De acordo com Alex Teixeira, um dos auxiliares técnicos da Oficina Ortopédica, ao chegar na Apae, após realizarem cadastro e atendimento com assistente social, os pacientes fazem uma avaliação com fisioterapeuta e depois são encaminhados para a Oficina. Ele conta que a equipe é composta por 1 terapeuta ocupacional, 1 técnico e 4 auxiliares, e explica todas as etapas. “De acordo com o que é prescrito pelo médico, a gente dá prosseguimento na confecção do dispositivo solicitado, que pode ser prótese, órtese ou um dos demais dispositivos que são feitos aqui. Num primeiro momento a gente tira um molde do paciente, que chamamos de molde negativo, depois passamos para o molde positivo, que é quando a gente tira as medidas, onde vemos os lugares que devemos colocar pressão e alívio. Depois passamos para a etapa da modelagem, que é onde a gente derrete uma placa plástica de polipropileno numa temperatura de 220° e joga essa placa quente em cima do molde positivo. Depois disso, é a parte de acabamento, para depois entregar ao paciente”, detalha Alex.

Alex Teixeira mostra uma prótese, cujo encaixe foi produzido na Oficina Ortopédica da Apae.

Para membros superiores, são fabricados apenas próteses estéticas, mas para membros inferiores as próteses feitas são totalmente funcionais. E Alex conta ainda que, para as crianças, sempre é oferecida a possibilidade de ter uma estampa de super-herói, de algum personagem de animação ou de time de futebol, como uma forma de trazer mais leveza e alegria para essas pessoas que normalmente já passaram ou ainda passam por diferentes situações de sofrimento físico, psicológico e dificuldades de locomoção.

Órtese com estampa do personagem Homem Aranha.

Uma parte da Equipe da Oficina Ortopédica da Apae Santarém.

A Apae busca, além de prestar um serviço ortopédico, oferecer um atendimento humanizado e cada vez melhor. “Nosso objetivo é ofertar a esse paciente conforto e qualidade de vida”, afirma a coordenadora Cinthia Xavier.