No processo de desenvolvimento e inclusão social de pessoas com deficiência intelectual e múltipla, a família é o primeiro espaço de acolhimento e transformação. Com esse entendimento, a Apae Brasil instituiu o Dia Nacional da Família Apaeana, celebrado em 15 de maio, por meio da Resolução Administrativa nº 6/2024. A data tem como objetivo valorizar o pertencimento, protagonismo e importância das famílias no movimento apaeano.
Semana Cultural fortalece vínculos
Em 2025, a instituição lançou a Semana Cultural da Família Apaeana, promovida de 11 a 17 de maio em suas 2.261 unidades. O tema “Família e Apae: caminhos que se encontram” norteia ações que destacam a parceria entre família e instituição na construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e equitativa.
Na foto à esquerda está Vitória Ribeiro (mãe) e o filho Pedro a sua frente. Ao lado está Érick Lopes (pai) com a filha Liz Pérola (assistida da Apae Belém).
História de superação e acolhimento
Entre as mais de 1,7 milhão de famílias atendidas, a trajetória da Família Ribeiro e Lopes, de Belém (PA), exemplifica a importância dessa rede de apoio. Vitória Ribeiro e Érick Lopes são pais da pequena Liz Pérola, de 1 ano, diagnosticada com Síndrome de Down após o nascimento.
“Foi um turbilhão de sentimentos. Tive que buscar informações que gostaria de ter recebido no momento em que minha filha nasceu”, relata Vitória. O diagnóstico trouxe dúvidas e inseguranças, intensificadas por preconceitos e falta de informação. A busca por referências levou o casal até a Apae Belém, onde Liz começou a ser atendida aos três meses de idade.
Desde então, a criança passou a receber acompanhamento em diversas áreas, como fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e fonoaudiologia. “A Pérola nem sentava quando chegou. Depois da cirurgia cardíaca que enfrentou, ela regrediu, mas voltou a avançar. Hoje, corre, pula, sorri. Está feliz”, conta o pai, Érick.
Rede de apoio e pertencimento
Para a família, a Apae representa mais do que tratamento: é um espaço de acolhimento. “Os profissionais da Apae ensinam não só a cuidar da criança, mas também a lidar com nossas emoções. Sentimos que pertencemos a algo, que não estamos sozinhos”, afirma Vitória, que retomou seus projetos pessoais com o apoio do marido e da estrutura oferecida pela instituição. Principalmente, porque a família ainda tem o primogênito, Pedro, de 4 anos que precisa de atenção também.
Atualmente, Vitória usa as redes sociais @lizperola.baby para combater o preconceito e ajudar outras famílias. “Quero mostrar para as outras pessoas que a Síndrome de Down não vem acima da pessoa, da personalidade dela. E que as famílias devem olhar para o rostinho dos seus filhos e saber que eles precisam do seu amor junto com a informação da rede de apoio, que os profissionais da Apae vão guiar para o caminho certo”, conclui Vitória.
70 anos de história construída com as famílias
A história da Apae no Brasil começou em 1954, no Rio de Janeiro, quando um grupo de pais fundou a primeira unidade da instituição, diante da ausência de políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência. Desde então, a fundação e o fortalecimento das Apaes em todo o país têm sido impulsionados por famílias engajadas na luta pelos direitos constitucionais das pessoas com deficiência.
Em 2018, a Apae Brasil criou a Coordenadoria Nacional da Família, reforçando o protagonismo das famílias dentro do movimento apaeano.
Em 32 anos de existência a Feapaes-PA durante os assessoramentos as Apaes busca garantir que as diretrizes de empoderamento das famílias seja colocada em prática todos os dias.